Encontro Cuidando em Rede debate ações de prevenção à violência

Por ALECE
07/12/2023 14:28

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2º Encontro Cuidando em Rede: Saberes e Práticas na Atenção às Famílias de Vítimas de Homicídios no Ceará 2º Encontro Cuidando em Rede: Saberes e Práticas na Atenção às Famílias de Vítimas de Homicídios no Ceará - Foto: Bia Medeiros

A Assembleia Legislativa do Estado (Alece) realiza, por meio do Comitê de Prevenção e Combate à Violência (CPCV), Comissão de Direitos Humanos e Cidadania e do Escritório Frei Tito de Alencar, o 2º Encontro Cuidando em Rede: Saberes e Práticas na Atenção às Famílias de Vítimas de Homicídios no Ceará. 

Direcionado aos profissionais que atuam diretamente com vítimas de violência, o debate acontece nesta sexta-feira (01/12), no auditório do Anexo III da Casa, pela manhã e à tarde.

O deputado Roseno Roseno (Psol), presidente do Comitê, em palestra durante a manhã, destacou o acordo de cooperação técnica celebrado entre Comitê de Prevenção e Combate à Violência da Alece e Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania. “Esse acordo tem quatro objetivos, entre eles, fortalecer a linha de cuidado para as pessoas vítimas de violência. A violência no Brasil é lamentavelmente epidêmica e essas vítimas devem ser acolhidas na rede pública de proteção, seja na área de saúde, assistência social, educação, segurança ou Justiça”, ressaltou.

O parlamentar explicou que o ideal é que exista uma linha de trabalho acolhedora e protetiva e, para isso, os serviços devem estar em comunicação e preparados para receber as demandas. “Queremos, inclusive, ofertar ao Ministério de Direitos Humanos contribuições para a construção da Política Nacional de Atendimento às Vítimas de Violência”, adiantou. 

Para o coordenador da equipe técnica do CPCV, Thiago Holanda, um dos objetivos do encontro é alinhar fluxos de serviços voltados para o atendimento das vítimas de violência armada. “Quando o Comitê começou a fazer estudos, narrou diversas histórias, entre elas, de adolescentes que foram mortos em 2015. A primeira recomendação que ouvimos foi a de cuidar de quem cuidava desses adolescentes. Com isso, no âmbito da Defensoria Pública, Ministério Público, Fórum e demais órgãos, foram criados serviços e articulações para pensar ações voltadas para as vítimas envolvidas”, disse.

Thiago Holanda salientou que a morte e a violência aprofundam problemas que já existiam dentro das famílias, principalmente daquelas com vulnerabilidade social. “É preciso atender as necessidades dessas vítimas e avaliar os serviços existentes, fazer um mapeamento do que é ofertado e analisar as ações que precisam ser complementadas dentro de cada órgão”, afirmou.

O secretário executivo de Direitos Humanos do Ceará, Jovanil Oliveira, frisou a importância de trabalhar fortalecendo vínculos com o Comitê de Prevenção e Combate à Violência da Alece, aproveitando as pesquisas e difundindo os trabalhos e estudos que são realizados. “É essencial essa parceria com os órgãos públicos, apoio do Governo Federal e diálogo com as prefeituras, já que são as responsáveis pelos principais serviços básicos em seus municípios. A partir dessas parcerias, temos a responsabilidade de pensar e executar políticas assertivas voltadas aos direitos humanos para todos”, avaliou.

A psicóloga da Rede Acolhe da Defensoria Pública do Estado, Lorena Brito, reiterou a importância de dialogar com todos os órgãos que atendem famílias vítimas de violência, para que os serviços ofertados sejam completos. “A Rede Acolhe é um núcleo da Defensoria Pública do Estado que acompanha essas vítimas de violência urbana e armada. São muitas demandas que essa violência gera, entre elas, o acolhimento dentro da saúde mental”, apontou. 

Lorena Brito afirmou que a Rede acolhe esses cidadãos tratando das demandas jurídicas e articulando os serviços necessários para as vítimas. “Com isso, observamos que as situações são delicadas. Existem muitas restrições nas possibilidades de atendimento para essas famílias. São muitos desafios que precisam ser percebidos para fortalecer os atendimentos dentro dos direitos humanos”, explicou.

Foto: Bia Medeiros

CUIDANDO EM REDE

A partir de 2019, surgiram serviços especializados na assistência às vítimas de violência no Ceará. O Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (Nuavv) do Ministério Público do Ceará; Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Urbana (Navv) da Universidade de Fortaleza (Unifor); o Centro de Atendimento a Vítimas de Violência do Fórum Clóvis Beviláqua; entre outros, são exemplos desses novos equipamentos. 

A realização do 2º Encontro Cuidando em Rede, que segue até 17h, ocorre em parceria com o Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria de Direitos Humanos (Sedih), Defensoria Pública do Ceará e do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca) reforçando o fortalecimento do trabalho em rede no atendimento as famílias junto às entidades e instituições.  

Além de representantes da Comissão Direitos Humanos e Cidadania da Alece, do Comitê de Prevenção e Combate à Violência e do Escritório Frei Tito de Alencar, estiveram presentes representantes do Programa de Proteção Provisória do Ceará; Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca); Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza; Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (Nuavv); Escritório de Direitos Humanos Dom Aloísio Lorscheider; Comitê Internacional da Cruz Vermelha; Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Urbana da Universidade de Fortaleza; Movimento Mães do Curió; Programa de Proteção Estadual a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita); Rede Acolhe; Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte; Tribunal de Justiça do Estado; Centro de Referência em Direitos Humanos; Secretaria Direitos Humanos do Estado; Projeto Elos de Proteção da Terre des Hommes Brasil; Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos e Centro de Referência LGBT Thina Rodrigues.

Agência de Notícias

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