Feira de Aprendizagem Profissional debate sobre oportunidades de trabalho
Por ALECE31/10/2023 18:28
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O segundo e último dia da I Feira Cearense de Aprendizagem Profissional trouxe, nesta terça-feira (31/10), a temática “Aprendizagem na Administração Pública – Espaço de Inclusão e Cidadania”. Durante o dia, a programação contou com atividades diversas, desde palestras a apresentações culturais e oferecimento de serviços aos jovens que desejam ingressar no mercado de trabalho.
De acordo com o coordenador do Alcance Profissionalizante, Ítalo Beethoven, o evento, promovido pela Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), por meio do Alcance, que é coordenado pela deputada Jô Farias (PT), é um grande encontro de todos os atores sociais que são envolvidos com a aprendizagem profissional e tem o objetivo de promover oportunidades de desenvolvimento social e econômico para a juventude cearense.
“Para hoje, o Ministério Público do Trabalho convocou os empresários do Ceará para virem para cá para conhecerem os jovens, conhecerem a lei e se adequarem a essa realidade. Além disso, estamos oferecendo vários serviços nos stands, como criação de currículo, vagas em cursos de formação, corte de cabelo, massoterapia etc. Então essa é a ideia, nós queremos colocar essa pauta na ordem do dia do estado do Ceará e garantir mais oportunidade para os nossos jovens na perspectiva da aprendizagem e do emprego formal”, disse.
Pela manhã, foram realizadas as palestras “Cumprimento Alternativo de Cotas – Mais que Cumprir a Lei, Garantir Direitos”, com a presença da auditora fiscal do trabalho Raquel Studart e mediação do procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) e coordenador da Rede Peteca, Antônio de Oliveira Lima, e “A Aprendizagem Inclusiva na Administração Pública”, conduzida pela articuladora de aprendizagem do Senac Dane Gomes e mediada pelo coordenador do Alcance Profissionalizante, Ítalo Beethoven.
Por meio dessa iniciativa, muitos jovens podem ter sua primeira experiência no mercado de trabalho ou oportunidade de realizar cursos de formação gratuitos. Para Ana Júlia Chaves, que faz parte do Instituto de Educação Portal (IEP), o convite de participar do encontro foi uma oportunidade.
“Eu fiquei muito feliz com esse convite da minha instituição, do IEP, de vir aqui e poder aprimorar o nosso aprendizado, principalmente para nós, que somos jovens e estamos ainda na nossa primeira caminhada”, pontuou.
Entre os representantes dos stands estiveram instituições que realizam a mediação entre os jovens e empresas contratantes, como Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Rede Cidadã e Centro de Estágios, assim como equipes do Poder Público, como a Secretaria de Proteção Social (SPS) do Governo do Estado, que apresentou o programa Primeiro Passo.
A colaboradora da SPS e técnica do aprendiz Audilene Costa explica mais sobre essa política pública do Governo do Ceará. Segundo ela, 70 a 80% dos jovens que participam saem do programa empregados.
“Estamos aqui fazendo o cadastro dos jovens para participar do Primeiro Passo na modalidade Jovem Aprendiz, em que eles poderão realizar um curso de 1.280 horas, das quais 880 vão cumprir nas empresas e 400 horas realizarão um curso teórico”, afirmou.
DEBATES
A feira foi encerrada na tarde desta terça-feira, com debates sobre oportunidade de trabalho para jovens aprendizes em empresas e também abertura de oportunidades no setor público.
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Foto: Máximo Moura
A coordenadora-geral do programa Alcance Enem, deputada Jô Farias (PT), abriu a programação da tarde explicando sobre o programa e convidando os adolescentes presentes a conhecer esse trabalho que é realizado pela Alece.
A parlamentar ressaltou que a realização da I Feira Cearense de Aprendizagem Profissional contou com muitos parceiros e com o apoio do presidente da Casa. Jô Farias também informou que apresentou um projeto de indicação para que o poder público ofereça vagas de aprendizagem profissional. "Esse é nosso papel, essa é a minha responsabilidade, de propor, apresentar leis e jogar luz naquilo que é importante, para que a gente possa fazer mais e melhor para os nossos irmãos cearenses", declarou a deputada.
No período da tarde, os estudantes puderam acompanhar uma palestra sobre cumprimento alternativo de cotas. O mediador, assessor jurídico Felipe Caetano, explicou que esteve em situação de trabalho infantil e reforçou a importância de lutar contra essa realidade e de lutar para que os jovens encontrem oportunidades dignas de trabalho. "O Brasil tem capacidade para mais de um milhão de vagas de aprendizes, porém, atualmente, a gente só consegue cumprir menos da metade disso", pontuou. Ele defendeu que o poder público do Ceará crie vagas de aprendizagem profissional, prioritariamente para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade.
A representante do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Dani Gomes, expôs os principais desafios para o cumprimento para os jovens que querem ingressar no mercado de trabalho como aprendizes. Entre as dificuldades, ela apontou as desigualdades sociais, que dificultam o acesso por jovens de comunidades mais pobres; exigência de experiência e qualificação; más condições de trabalho; falta de diversidade e inclusão; dificuldade de atender exigência de formação em tecnologia.
Ela explicou que há dificuldades também para as empresas e detalhou que a legislação trabalhista e os regulamentos relacionados ao Jovem Aprendiz podem ser complexos e onerosos para as empresas e isso desencoraja algumas delas.
O procurador do Ministério Público do Trabalho Antônio de Oliveira Lima, que coordena o Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Rede Peteca), explicou para os estudantes sobre as cotas de aprendizagem e afirmou que muitas empresas cumprem a cota de 5% de aprendizes em seus quadros, mas é possível ampliar e avançar para além do mínimo.
O evento abriu espaço também para a exposição de experiências exitosas, com a apresentação dos resultados da empresa Freitas, que tem 45 aprendizes, dos quais 16 são menores de idade. A gerente de Recursos Humanos da empresa, Adriana Gurgel, informou que há anos os aprendizes fazem parte da equipe, destacou que também há espaço para aprendizes com deficiência e que há até um líder que é uma pessoa com deficiência que iniciou como aprendiz.
A jovem aprendiz Ana Beatriz Nascimento relatou que buscava independência financeira e queria ajudar os pais. Ela ressaltou que, com o programa de aprendizagem, encontrou espaço para poder crescer e que se sente apoiada dentro da empresa.
Também participaram o representante da Secretaria de Proteção Social, Patrick Souza, e do Unicef, Nilson Gomes.
Também foram apresentadas as palestras “Potencialidades da Aprendizagem”, “Aprendizagem Inclusiva na Administração Pública”, além de apresentação do programa Alcance Enem.
Texto: Ana Vitória Marques/Juliana Melo
Edição: Lusiana Freire
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